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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Não dê um tiro no seu pé.


Hoje, só não estuda quem não quer. Vejamos Joinville: no início da década de 1980, era possível enumerar as instituições de ensino superior existentes, somando-se apenas os dedos de uma das mãos; e ainda sobravam dedos. Agora, quase no final da primeira década deste terceiro milênio, temos de usar até os dedos dos pés, pois o número cresceu demasiadamente. Este fenômeno, se pudermos assim afirmar, é nacional. A educação virou um comércio – e muito lucrativo. Numa mesma cidade, vários são os cursos na mesma área.Até bem pouco tempo, o percentual candidato/vaga era superior. Atualmente, esta proporção se inverteu; existem mais vagas do que candidatos; muito mais, diga-se de passagem, com exceção dos cursos clássicos e, principalmente, os das instituições públicas, sempre muitos concorridos.Instituições de ensino se proliferam e, com isso, o governo consegue mostrar ao mundo que o número de universitários vem crescendo no País. Todavia, o próprio governo percebeu que o negócio está “galopante” e começa, por meio do Ministério da Educação (MEC), a proibir vestibulares e “passar a faca” em vagas de cursos superiores de má qualidade, além de arquivar centenas de pedidos de novos cursos.Vários são os mecanismos de avaliação para se tentar manter uma educação de qualidade e, espera-se, elevar o nível do ensino. Alguns destes mecanismos são as avaliações do MEC como a Prova Brasil, para estudantes das séries finais do ensino fundamental, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Vamos nos fixar aqui no último. Ele acontecerá em todo o País, no dia 8 de novembro (domingo!), às 13 horas, para alunos ingressantes dos primeiros anos e concluintes de dezenas de cursos, desde administração, ciências contábeis, passando por direito, design de moda, marketing, só para citar alguns. Não há como escapar. Até o ano passado, o MEC selecionava aleatoriamente os alunos de cada curso, em cada instituição. A partir deste ano, todos, sem exceção, terão de participar. A presença deve ser de cem por cento, caso contrário, o aluno não recebe seu diploma de conclusão de curso superior.Existe uma certa ojeriza em torno do Enade. Casos e mais casos começam a acontecer pelo País afora. Muitos universitários pactuam em simplesmente “assinar a prova e entregá-la em branco”. Metaforicamente falando é “dar um tiro no próprio pé”. E já aconteceu várias vezes, em vários Estados brasileiros, inclusive na Cidade dos Príncipes, às margens do Cachoeira. De fonte segura, me relataram que, uma determinada turma de formandos de um determinado curso fizeram o tal pacto. Algum tempo se passou até que os então formados começaram a distribuir seus currículos. Batendo “à porta” de determinada instituição, receberam um grande e sonoro não, dizendo que a instituição “não iria contratar profissionais que tiraram nota zero no Enade”. A consequência disso é que a própria instituição de ensino tem sua avaliação prejudicada. É o feitiço virando contra o feiticeiro.Até que se poderia ir um pouco mais adiante, alcançar o outro lado da moeda: acho que os professores também deveriam ser avaliados; sim, por que não? Afinal, existem aqueles que já se graduaram e ficaram parados no tempo. Aqueles que não procuraram se especializar com capacitações, especializações, cursos de extensão etc. Aqueles que, como os alunos, não leem. Aqueles que têm planos de aulas estão amarelados pelo tempo e, quando algo não dá certo, dizem: “Eu estou dando esta mesma aula a mais de 20 anos e os alunos nunca reclamaram”. É uma questão de tempo; o tal exame também se dará.Portanto, meninos e meninas, futuros profissionais graduados, ao receber seu caderno de questões, responda-o de forma consciente, dando o seu melhor, em benefício próprio, honrando suas instituições. Valorizem sua carreira acadêmica, porque, afinal de contas, foram quatro, cinco anos de dedicação e esforço e não se deve jogar a oportunidade pela janela. Boa sorte a sucesso.

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