
O dia 29 de agosto é tido como o Dia Nacional de Combate ao Fumo e eu não poderia deixar esta oportunidade passar em branco e de expressar minha opinião. Confesso que já fui fumante; não chegava a uma carteira por dia. Carregava o vício; e era atleta. Quanto antagonismo, apesar de não ter fumado por muito tempo.Hoje, vejo o quanto ganhei após ter cortado o vício pela raiz. Primeiramente, falando em termos financeiros, se tivesse colocado na caderneta de poupança diariamente o valor dos maços de cigarro que deixei de consumir, tranquilamente teria uma quantia considerável esperando por mim. Em segundo lugar, minha saúde. Todo ex-fumante tem uma vida mais saudável e sente o gosto dos alimentos melhor. Quem já parou de fumar sabe do que estou falando.O fato de parar de fumar é tão marcante na vida da pessoa que quando, ele acontece, lembra do dia, da hora e da ocasião. No meu caso, foi quando estava na faculdade. Um amigo me ofereceu um cigarro. Ele de pé, eu sentado. Rejeitei. Ele olhou para mim com cara de quem não estava me reconhecendo. Recusar um cigarro para um fumante é quase fato raro. Foi no dia 10 de setembro de 1985, às 7h30. Na época, já estava mesmo pensando em parar de fumar. Só pensava. O fato mais marcante ainda, o que realmente me fez largar o vício, foi minha filha. Eu estava assistindo à televisão na sala de casa, e ela, com menos de um ano, estava de pé, agarrada no braço da poltrona, olhando com seus olhos arregalados a fumaça que saía da minha boca.Provavelmente estava se perguntando: “Que fumaça é esta que está saindo da boca do meu pai?” No mesmo instante, comecei a refletir e repetir: “Eu sou mesmo um idiota. Por que eu fumo? Quando esta menina crescer e começar a fumar, como pai não poderei dizer: “Não fume, porque o cigarro faz mal para a saúde”. Isto é o que normalmente acontece. Os pais bebem ou fumam, porém quando seus filhos iniciam “na prática”, dizem isto.Comecei então a me ver não fumando e que eu realmente iria parar de fumar. E assim fiz. Foi exatamente naquele momento descrito anteriormente. Não foi fácil. Lembro-me que costumava acordar de madrugada, com fortes dores de cabeça e não sabia por quê. Com o tempo, fiz a relação. Substituí o cigarro por balas. Já não comprava mais maços de cigarro; comprava pacotes de bala. Foi o que me ajudou a substituí-lo. Com o passar do tempo, me dei conta de que estava viciado em balas. Também superei o consumo excessivo das balas, antes que viesse a diabetes.Cheguei à conclusão de que as pessoas não param de fumar porque não querem. Ironicamente, sempre digo a elas que “não” devem parar de fumar. Sempre digo que alguém deve pagar o papel produzido para enrolar o cigarro, a tinta que imprime as letras nos maços, o médico no hospital e os balconistas nas farmácias vendendo remédios, com o intuito de chocá-las. Mesmo com anúncios nas próprias carteiras dizendo que o produto causa câncer, as pessoas continuam fumando. Mesmo informando que o cigarro possui mais de 4.800 substâncias letais, continuam fumando. Mesmo os homens sendo informados que causa impotência sexual, continuam fumando. Não é fácil, eu sei.O velho ditado diz: “Se conselho fosse bom, não se dava; se vendia”. Mas eu vou tentar dar o meu, diretamente aos que fumam. Se vocês quiserem parar de fumar, a melhor forma de fazê-lo é cortar o mal pela raiz. Por quê? Desta forma você sofrerá somente uma vez. Se você tentar parar de fumar aos poucos, você irá sofrer também aos poucos e por um longo tempo. Sofra uma vez só. Se não conseguir, siga então o caminho paulatinamente. Viva mais e com melhor qualidade de vida.Dê um presente a você e à sua família: aproveite o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Este, na verdade, será o seu melhor presente para a sua vida.
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