
A Educação a Distância (EaD) vem chegando a passos largos nestes últimos anos. O conceito de que a sala de aula compreende um quadro negro, verde, branco, ou até mesmo uma lousa digital, como se vê neste início de terceiro milênio, começa a se transformar. O paradigma da sala de aula está mudando. Hoje, o professor, não necessariamente está à frente dos seus alunos; ele pode estar distante geograficamente centenas de quilômetros e ao mesmo tempo estar presente. Para a grande maioria da população este tipo de educação é novo, porém já existe há certo tempo.
A primeira menção que se conhece foi em 1728, em Boston, nos Estados Unidos, onde um anúncio oferecia “material para ensino e tutoria por correspondência”. Começou a tomar força no Canadá, Espanha, Alemanha e desde então sua prática vem se disseminando gradativamente pelo mundo, ganhando mais e mais adeptos.
Aqui no Brasil, sua criação se deu com o “serviço de radiodifusão educativa do Ministério da Educação”, mais de cem anos após seu lançamento nos EUA, em 1937, numa parceria com a CNBB. Tinha como objetivos bem definidos, promover e orientar a educação. Na década de 1960 surge o famoso Instituto Universal Brasileiro, com seus cursos de Corte e costura, Eletrônica, Fotografia, Datilografia etc. Nesta época também surge o famoso Telecurso do 2º Grau, da Rede Globo, incentivado pelo jornalista Roberto Marinho, objetivando levar educação de qualidade aos brasileiros por meio da televisão. Hoje em dia ele se chama Telecurso 2000 e é apresentado na forma de vídeo aulas, apostiladas, direcionadas aos Ensinos Fundamental e Médio.
Poderiam ser enumeradas centenas de perguntas a respeito da EaD, porém vamos centrar nestas: Qual o seu nível de aprendizado? Quem é o aluno a distância? A educação presencial irá acabar? E o futuro da educação?
Por ser um método “novo”, a quebra deste paradigma assusta muitos profissionais, inclusive da própria educação. Muitos afirmam que o nível de educação é baixo e que nada se aprende; ledo engano. A vontade de aprender vem de dentro do indivíduo. Ninguém aprende porque o outro quer lhe ensinar; aprendemos quando queremos e, sobretudo, quando acontece a mudança no nosso comportamento. O aluno à distância é aquele focado no seu aprendizado e que busca a informação que lhe interessa. Muitas vezes o aluno presencial está mais distante do foco do ensino do que aquele à distância. Por ironia, também, existem aqueles profissionais, da própria educação à distância, que também duvidam dela. Chegam a perguntar se realmente se aprende. Claro que sim, e muito; especialmente porque a leitura e a produção escrita são condições básicas. Claro que existem casos e casos.
A educação presencial jamais irá acabar, assim como o rádio não acabou com a chegada da televisão e, a televisão com a chegada da internet. Ela sempre existiu e sempre existirá. O que irá acontecer, e já acontece em certas instituições, é a mesclagem das duas. Haverá disciplinas em que o aluno irá buscar seu próprio conhecimento, geograficamente longe do professor, e outras em que o aluno estará, junto com o mestre, preferencialmente discutindo e buscando o conhecimento necessário para o seu desenvolvimento. Ou seja, o binômio teoria-prática sempre existirá. O contato do ser humano é essencial para o seu progresso, assim como o silêncio e a concentração também.
Quanto ao futuro da educação é fácil de prever: se hoje a internet contribui de forma maciça no nosso aprendizado, com seus sites, links, bibliotecas virtuais, através da tela do monitor, no futuro o professor virtual estará na nossa casa – literalmente; assim também como nossos colegas de sala - holograficamente. Eles estarão, nas nossas casas, tão vivos quanto os nossos colegas e professores presenciais. São os novos tempos. Devemos nos adaptar a eles e buscar o que de melhor cada sistema pode oferecer.
Dentre várias leituras e vídeos disponibilizados pelo curso de Pós-Graduação em Metodologias e Gestão para Educação a Distância. Destaco resumidamente duas falas que são exibidas no vídeo, disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=AoR8Bfo4pG4, pois acredito que vem ao encontro de suas colocações. Uma delas do consultor em EaD João Vianney que menciona o fato de possuirmos dois desafios: os brasileiros acham que a EaD não oportuniza uma formação de qualidade, então há necessidade de romper com esse aspecto cultural. Outro se refere a questões metodológicas, precisamos mostrar que existem possibilidades de criar novas formas de aprender, uma vez que a EaD oportuniza a flexibilidade, a autonomia e a inclusão. Outra fala é da professora/ UERJ, Edinéia Santos. A professora prefere usar o termo Educação On-line, pois tal modalidade não significa que as pessoas estão distantes, mas sim dispersas geograficamente. Sendo assim, as pessoas produzem outros saberes articulando várias mídias não apenas individualmente, mas com outras. Contudo, concordo quando você escreve que a vontade de aprender depende do indivíduo e da importância de buscarmos o que há de melhor nas diferentes formas de oportunizar o acesso à educação.
ResponderExcluirÉdina F. S. Hack
Édina,
ResponderExcluirRealmente, acho que a expressão "educação on-line" parece mais oportuna.
Abraços.
Alfredo.